• Home
  • Eventos
  • IV Encontro do GELLNORTE

IV Encontro do GELLNORTE

SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

SIMPÓSIO 01 – QUEM CONHECE A AMAZÔNIA? – EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO CULTURAL E PESQUISA ESTÉTICA EM SEU CONTEXTO

COORDENADORES: Maria de Fatima do Nascimento – UFPA e Hugo Lenes Menezes – IFPI

RESUMO: Historicamente, a partir de Mme. de Staël e A. Schlegel, ministrante de conferências didáticas, torna-se explícita a defesa do esteta verbal (e não verbal) enquanto núncio que educa e forma no sentido humanístico-cultural. É de Schiller "A educação estética do homem" (1795). Para semelhantes teóricos e outros no devenir da história, a arte é também fenômeno sociopolítico, axiológico e "paidêutico". Tal fato identificamos, por exemplo, em dois educadores estético-literários da Amazônia brasileira de repercussão nacional, ambos exercem, até "avant la lettre" no caso do primeiro, o reivindicado e hoje centenário direito modernista à pesquisa estética. Os aludidos educadores são José Veríssimo e Benedito Nunes, paraenses alvo de reclamações acadêmicas, supostamente, por não contemplarem obras de sua região. Essa, ora espaço maldito num "Inferno verde" (1908), de Alberto Rangel, ora edênico em "Um paraíso perdido" (1909), de Euclides da Cunha, desde a formação de nossa literatura, desperta fascínio em verso e prosa (diários, impressões de viagem e narrativas afins). Veríssimo, "mais crítico que historiador", igualmente é autor de "A Amazônia" (1892). Nunes, crítico literário por excelência, aborda a questão amazônica não em volumes autônomos, mas sim em apresentações escritas (introduções, prefácios e artigos) de obras de seus conterrâneos (Dalcídio Jurandir, Haroldo Maranhão…) e em apresentações orais (palestras e conferências) sobre diversas artes, com vistas a esclarecer o público. Pertinentemente, nos idos de 1876, sem haver a divisão entre Norte e Nordeste, Franklin Távora, no prefácio a seu romance O Cabeleira, recrimina contemporâneos por entender que não representam a Região Norte, em especial a Amazônia, quando em 1872 José de Alencar, no projeto de traçar um retrato do Brasil no tempo (romances históricos e indianistas) e no espaço (romances regionalistas e urbanos), situa "Ubirajara" (1874) naquelas terras setentrionais. Então, objetivamos aqui acolher variados trabalhos em consonância com a temática do presente título e resumo.

SIMPÓSIO 02 – ESTUDOS SOCIODIALETAIS NA REGIÃO NORTE

COORDENADORES: Romário Duarte Sanches – UEAP, Greize Alves da Silva – UFT e Luzineth Rodrigues Martins – UFRR

RESUMO: Os estudos sociodialetais no Brasil, sobretudo na região Amazônica, vem apresentando diferentes perspectivas de investigação a respeito da mudança e da variação linguística. Tendo em vista as novas pesquisas no âmbito da Sociolinguística, da Dialetologia e da Geolinguística no Norte do Brasil, esta proposta de simpósio busca reunir pesquisadores, professores e alunos que se dedicam a estudar o português brasileiro e que apresentam contribuições relevantes para um melhor conhecimento e compreensão de fenômenos fonético-fonológicos, semântico-lexicais, morfossintáticos e discursivo-pragmáticos inerentes aos falares amazônicos. Desse modo, o simpósio aceitará trabalhos que tratam de fenômenos linguísticos, tendo como corpus de análise dados orais ou escritos sob a perspectiva da sociolinguística variacionista (LABOV, WEINREICH; HERZOG,1968; LABOV, 1966; 1972; 1983;) e/ou da Dialetologia (FERREIRA; CARDOSO, 1994; CARDOSO, 2010) e seu método Geolinguístico. O simpósio contemplará também pesquisas que tenham como objeto de estudo o falar de comunidades tradicionais, tais como aquelas referentes aos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Assim, projetamos traçar um panorama das pesquisas sociodialetais já realizadas ou em andamento nas universidades do Norte do Brasil, além de compartilhar os desafios e avanços desse tipo de pesquisa na região, na intenção de reforçar os rumos teórico-metodológicos da Sociolinguística e da Dialetologia na Amazônia.

SIMPÓSIO 03 – SEMIÓTICA DISCURSIVA E SEUS DESDOBRAMENTOS CONTEMPORÂNEOS

COORDENADORES: Luiza Helena Oliveira da Silva – UFNT e Naiane Vieira dos Reis Silva – IFCE

RESUMO: O campo da semiótica discursiva, conforme já previsto pelo seu criador, Algirdas Julien Greimas, privilegia o sentido nos mais diversos objetos semióticos, cujos modos de significar também demandaram complexificação do aparato analítico da teoria. Nesse sentido, observam-se diversos desdobramentos: nas paixões, na interação, na estesia, como semiótica do espaço, plástica, tensiva, didática entre outras. Tendo em vista um vasto campo de pesquisa, com múltiplas possibilidades de categorias de análise, cuja interdisciplinaridade com diversos campos teóricos orienta a busca pelo sentido, a teoria semiótica francesa mantém ainda um ponto em comum que norteia os novos caminhos: a partir de um percurso gerativo de sentido do plano do conteúdo, desenvolvem-se e/ou ampliam-se níveis de pertinência de análise, considerando-se os objetos de interesse de semioticistas. Diante desse cenário, este simpósio objetiva reunir os trabalhos que tomam a semiótica greimasiana como subsídio teórico para a análise de diferentes objetos, discutindo e refletindo como essa teoria contribui para o fazer científico na região Norte. Especialmente, contamos com as reflexões que problematizam essa perspectiva teórica, colocando-lhe questões e propondo encaminhamentos, uma vez que novos objetos de pesquisa fora dos tradicionais centros urbanos brasileiros certamente engendram diferenciados modos de significação. Dessa forma, também serão bem-vindas propostas que se voltam para o próprio arcabouço teórico da semiótica, em que, no diálogo com perspectivas decoloniais, da História Oral, do campo da educação, da interculturalidade etc., emergem questões e limites a partir dos objetos analisados e das epistemologias intercambiadas.

SIMPÓSIO 04 – CIÊNCIAS DO LÉXICO NO CONTEXTO DA AMAZÔNIA LEGAL

COORDENADORES: Ana Claudia Castiglioni – UFNT e Karylleila dos Santos Andrade – UFT

RESUMO: As Ciências do Léxico, no alcance interdisciplinar de seu objeto de estudo, constituem um caminho possível para o conhecimento da cosmovisão das comunidades que ocupam ou ocuparam um determinado espaço. Isso porque é o léxico é o nível linguístico menos estável de uma língua, sendo, dessa forma, mais suscetível aos fatores extralinguísticos que permeiam a sociedade, como a cultura, as condições socioeconômicas e, até mesmo, o ambiente físico. Três disciplinas têm o léxico como objeto de estudo, com enfoques diferentes: a Lexicologia, a Lexicografia e a Terminologia. A Lexicologia se ocupa do estudo do componente lexical em geral, a Lexicografia fornece suporte teórico e prático à organização do léxico de forma sistemática, orientando a produção de dicionários, vocabulários e glossários de língua geral. A Terminologia, por sua vez, privilegia o estudo do componente lexical especializado, e em sua dimensão prática – Terminografia – orienta também a constituição de repertórios lexicais especializados. Uma área que vem ganhando espaço nas pesquisas com o léxico no Brasil é a Onomástica, subárea da Lexicologia, que tem como objeto de estudo os nomes próprios. Ela se subdivide em Toponímia, estudo dos nomes de lugares, e Antroponímia, estudo dos nomes de pessoas. Sob o viés da Onomástica é possível conhecer, registrar e analisar, dentre outros, a motivação semântica, a etimologia, morfologia da nomeação de lugares e de pessoas. Este Simpósio Temático tem como objetivo divulgar e socializar as pesquisas relacionadas ao léxico da língua realizadas, sobretudo, na região que compreende a Amazônia Legal em território brasileiro, no que diz respeito à produção de vocabulários, glossários, materiais didáticos e pedagógicos, além de contribuições teóricas e metodológicas que tenham como eixo norteador as disciplinas que compreendem as Ciências do Léxico.

SIMPÓSIO 05 – LEITURA COMO PRÁTICA SOCIAL E EMANCIPAÇÃO

COORDENADORES: Bruna Carolini Barbosa – UFAC e Victor Santiago Sousa – UFAC

RESUMO: A leitura possibilita diálogos que abrangem a complexidade social e a subjetividade do leitor. Ailton Krenak (2019), em Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, nos convida a pensar sobre nossa capacidade crítica e criativa de construir paraquedas coloridos, entendidos como uma metáfora para transcender o espaço de confinamento; uma cosmovisão que nos possibilita interpretar a leitura como um desses paraquedas coloridos. Nesse sentido, é coerente tomar a leitura de forma ampla e emancipatória, prática social que excede a palavra e viabiliza a interface com o mundo (FREIRE, 1988); como instrumento para esperançar futuros possíveis (FREIRE, 1992); como espaço de libertação e transgressão (hooks, 2013); como um rio que transborda e um quarto que se constrói na/pela palavra (WOOLF, 1929). Desse modo, este simpósio objetiva debater a articulação entre literatura e práticas sociais, contextos, outras artes e outras áreas do conhecimento. São bem-vindas comunicações que concebam a literatura/leitura não somente como exercício acadêmico, mas como intimamente ligada ao mundo, à vida em sociedade, ao eu e a prática de alteridade, o que implica a discussão de temáticas como a diversidade e grupos minorizados. Tais elaborações e desdobramentos podem contribuir para uma melhor compreensão da interseccionalidade de saberes, culturas, crenças e cosmovisões.

SIMPÓSIO 06 – TEXTO, DISCURSO E ENUNCIAÇÃO EM PERSPECTIVA NAS PRÁTICAS INSTITUCIONAIS DE SENTIDO

COORDENADORES: Janete Silva dos Santos – UFNT, João de Deus Leite – UFNT e Lúcia Maria de Assis – UFF

RESUMO: Neste simpósio temático, estamos interessados em trabalhos que busquem dimensionar a linguagem como prática social, não perdendo de vista os diferentes modos de constituição, de formulação e de circulação de sentidos na vida social do homem. Por assim dizermos, a linguagem acaba dando o testemunho dos modos de significação do homem na sociedade. Estamos interessados, sobretudo, na maneira como essa prática social é passível de ser teorizada e problematizada, de modo a mostrar, a partir de diferentes "corpora", a complexidade do funcionamento da linguagem. Por meio dos construtos de "texto", de "discurso" e de "enunciação", em suas heterogeneidades teóricas e analíticas, concebemos que a convergência de trabalhos diferentes (e díspares) funcionará como observatório para o referido funcionamento complexo da linguagem. Na verdade, seja por aderência, seja por contraste entre esses construtos, a linguagem vai se deixando entrever na forma e no sentido das práticas de institucionalização de significação. Dessa forma, convidamos pesquisadores da área de estudos de texto, de discurso e de enunciação para se juntar a nós, com base no seguinte mote: a linguagem, em suas formas e sentidos complexos, possibilita dimensionar a vida social do homem em espaços logicamente estabilizados. Serão muito bem-vindas incursões teóricas e analíticas de "corpora" que abarquem o que estamos chamando de "práticas institucionais de sentido". Se há institucionalização de sentidos, há aí o funcionamento da linguagem engendrando modos de significação, habilitando o (com)partilhamento de sentido(s). Se há institucionalização de sentidos, há modos de materialização ("texto", "discurso" e "enunciação") da unidade e da dispersão de sentido(s).

SIMPÓSIO 07 – LINGUÍSTICA APLICADA NA PERSPECTIVA PÓS-HUMANISTA NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS: MATERNA E ADICIONAIS

COORDENADORES: Selma Maria Abdalla Dias Barbosa – UFNT, Patrícia Fabiano Bedran – Unesp\IBILCE e Elisa Borges de Alcântara Alencar – UFNT

RESUMO: Este Simpósio visa à apresentação e discussão de propostas e estudos relacionados ao ensino e aprendizagem de língua (materna e estrangeira) e à formação inicial e continuada de professores de línguas sob a luz da perspectiva pós-humanista. Ou seja, propomos a apresentação de pesquisas que justifiquem um paradigma pós-humanista que aborde novas formas de pensar sobre a humanidade e que apresentem novas possibilidades políticas e intelectuais. Uma linguística aplicada pós-humanista que sugere maneiras importantes de pensar sobre a linguagem, o indivíduo, contexto, cognição e comunicação que abre novos campos para a pesquisa e educação. Os trabalhos inscritos podem discutir diferentes temáticas, dentre elas:

- Questões de gênero, identidade e (co)construção do conhecimento para a docência;

- Discurso e relações de poder na formação de professores;

- Emoções, linguagem e identidade no ensino-aprendizagem de línguas;

- Crenças e questões identitárias no processo de ensinar e aprender;

- Ensino-aprendizagem de leitura e escrita em contextos midiáticos;

- Realidade estendida e situacionalizada na formação inicial e continuada de professores de línguas;

- Jogos midiáticos no ensino e aprendizagem de línguas;

- Questões emocionais e afetivas no ensino e aprendizagem de línguas na pandemia (Covid-19).

SIMPÓSIO 08 – PAISAGENS LINGUÍSTICAS, LITERÁRIAS, HISTORIOGRÁFICAS: TECITURAS DE CIDADES/FLORESTAS/RIOS/AMAZÔNIAS

COORDENADORES: Gerson Rodrigues de Albuquerque – UFAC e Francisco Bento da Silva – UFAC

RESUMO: Percorrendo veredas abertas pelas proposições de Albuquerque Júnior (2009), e suas torções de Michel Foucault e Edward Said, a proposição deste Simpósio Temático é abrigar estudos, investigações, ensaios, verbetes ou outras proposições ao debate tematizado em torno de cidades-florestas-rios-Amazônias a partir de abordagens, minimamente, dispostas a romper com as idealizadas lógicas que toma o espaço e a linguagem como coisas transparentes. Mais que produzir certezas, o que se busca é nuclear um ambiente de dúvidas e questionamentos capazes de provocar a formulação de percepções outras sobre os inventados espaços amazônicos. A rigor o que se busca é, a partir de categorias analíticas vinculadas à tradição heraclitiana, retomar caminhos traçados em eventos anteriores e propor uma reflexão crítica sobre cidades, florestas e rios como espaços/tempos multifacetados nos quais são alinhavadas experiências de mulheres crianças e homens de distintas camadas sociais e componentes étnicos em mediações e confrontos socioculturais. No âmbito de redes de relacionamentos, estruturas de sentimentos e processos de apropriação/incorporação interculturais, as memórias, literaturas, histórias e outras artes são pensadas como suportes para acompanharmos relações de poder e de saber, vivências, experiências, resistências, reexistências e sobrevivências de diferentes pessoas e suas paisagens afetivas e existenciais. Nesse sentido, ganha relevância as linguagens e narrativas orais, escritas e imagéticas – potencializadoras de vozes, performances, imaginários, viveres, saberes e fazeres – que permitam incursões sobre lugares inventados a partir da enunciação de sujeitas e sujeitos instituintes; sujeitas e sujeitos, seculares, históricos.

SIMPÓSIO 09 – BAKHTIN E O CÍRCULO: POSSIBILIDADES PARA UMA PERSPECTIVA DISCURSIVO-ENUNCIATIVA TEÓRICA-ANALÍTICA-METODOLÓGICA

COORDENADORES: Juciane Cavalheiro – UEA/UFAC, Tamiris Machado Gonçalves – UFFS e Ana Cláudia de Souza Garcia – IFAC/UFAC

RESUMO: Bakhtin e o Círculo investigaram fenômenos linguísticos e literários a partir das mais variadas formas de interação humana, que se dão nas mais diversificadas situações sociodiscursivas, edificadas por sujeitos históricos com diferentes projetos de dizer, organizados em "[…] tipos relativamente estáveis de enunciados" (BAKHTIN [1952-53] 2016, p. 12, grifo do autor). Daí a necessidade de não isolar a ideologia da realidade do signo, nem o signo das formas concretas da comunicação social, tampouco isolar a comunicação e suas formas da base material, porque o signo só pode significar e construir sentidos quando na relação social, imerso em uma sociedade, analisado meio às formas de uso em que figura e na relação valorativa que os interlocutores assumem para tecer seus discursos (VOLÓCHINOV, [1929] 2017). Nesses termos, para entender a língua(gem) em uso, é necessário compreender a dupla orientação da realidade (MEDVIÉDEV, [1928] 2016, p. 195, grifo do autor), isto é, analisar qualquer materialidade discursiva considerando tanto elementos externos – as circunstâncias sociodiscursivas, aspectos temporais, espaciais e ideológicos –, quanto elementos internos – relacionados à forma (língua, traços, cores), compreendendo como se organizam os modos de dizer inerentes a certas práticas de interação. Nessa direção, Bakhtin ([1959-61] 2016) chama a atenção para os "dois polos do texto", que se referem ao "sistema da linguagem" e à "irrepetibilidade do enunciado", ressaltando que, a esse primeiro elemento "correspondem no texto tudo o que é repetido e reproduzido e tudo o que pode ser repetido e reproduzido, tudo o que pode ser dado fora de tal texto (o dado)." (BAKHTIN, [1959-61, 2016, p. 74). O segundo "é algo individual, único e singular, e nisso reside todo o seu sentido (a sua intenção em prol da qual foi criado)." (BAKHTIN, [1959-61, 2016, p. 74). Ancorado, portanto, nas ideias de Bakhtin e do Círculo, este simpósio recebe discussões que apresentem possibilidades de investigações e discussões discursivo-enunciativa, de viés analítico, teórico e/ou metodológico, no âmbito geral das Letras, seja focalizando a Linguística ou a Literatura.

SIMPÓSIO 10 – DIALOGISMO E INTERAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUAS

COORDENADORES: Ângela Francine Fuza – UFT e Márcia Cristina Greco Ohuschi – UFPA

RESUMO: À luz da Linguística Aplicada, este simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores, professores, estudantes e demais interessados ao desenvolvimento científico do campo da Linguagem, a partir das perspectivas teóricas do dialogismo e do interacionismo. Ambas as correntes são essenciais para a compreensão e a produção valorada de discursos, especialmente em situações de ensino e aprendizagem, e se sustentam nos escritos do Círculo de Bakhtin (VOLÓCHINOV, 2019 [1926]; VOLÓCHINOV, 2017[1929]; BAKHTIN, 1988 [1975]; BAKHTIN, 2003[1979]; MEDVIÉDEV, 2016 [1928]), que concebem a linguagem como social, histórica, cultural, valorativa, ideológica e voltada à interação. Sob esse viés, a linguagem é entendida como o produto da ação humana coletiva, no qual se produzem sentidos e valores que refletem e refratam o contexto sócio-histórico e ideológico em que se está inserido. Desse modo, o Simpósio "Dialogismo e interação no ensino de línguas" considera investigações provenientes de análises discursivas de enunciados e/ou prospecções/propostas de atividades de ensino para compreensão das práticas de linguagens de oralidade, leitura, escrita e análise linguística/semiótica, a fim de discutir a linguagem sob o viés do dialogismo e/ou do interacionismo. Espera-se que o Simpósio se revele como um espaço em que se estabeleçam diálogos valorados voltados ao ensino e à aprendizagem de línguas.

SIMPÓSIO 11 – LITERATURA DE TESTEMUNHO: DISCUSSÕES TEÓRICAS E EMPÍRICAS

COORDENADORES: Abilio Pachêco de Souza – UNIFESSPA e César Alessandro Sagrillo Figueiredo – UFNT

RESUMO: A proposta de grupo de trabalho almeja reunir comunicações que dialoguem a partir do feixe teórico da Literatura do Testemunho. No plano internacional já se discute a teoria do testemunho sob diferentes prismas, quer nas ramificações do Shoah judaico, quer no Testimonio Latino-americanos sob a influência do Juri Casa de Las Americas de Cuba, quer o testemunho a partir de textos ficcionais, quer o estudo do teor testemunhal. A partir dessa mirada, entendemos como de fundamental importância o estudo da Literatura do Testemunho no Brasil. Assim sendo, possuímos como objetivo principal refletir a respeito dessas articulações teóricas e empíricas da Literatura do Testemunho, abarcando desde as discussões acerca do Shoah, assim como as demais miríades do testemunho, visando privilegiar, sobremaneira, as produções literárias, artísticas, memorialísticas, jornalístico, biográficas, decolonial e arquivos (público ou privado). Também, possuímos como lume o estudo das obras que busquem um diálogo consistente entre a história, a memória e o trauma, tendo como pano de fundo o corpus das obras analisadas. Ainda, com vista a empreender essa conexão testemunhal, receberemos comunicações que abarquem a literatura do cárcere, igualmente, as imbricações da Literatura do Testemunho com Estados de exceção, ditaduras militares, genocídios e demais convergências epistemológicas que se entrelaçam na teoria testemunhal. Nesse sentido, as proposições almejadas para este GT objetivam contemplar as sintonias da Literatura do Testemunho, seus diferentes lócus e espaços, bem como distintos tempos históricos: presente e passado. Finalizando, torna-se salutar o registro da importância do gênero testemunhal através do recorte espacial brasileiro, procurando, dessa forma, a análise de obras regionais e o seu respectivo estudo.

SIMPÓSIO 12 – POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA BILÍNGUE, DIFERENCIADA E INTERCULTURAL

COORDENADORES: Francisco Edviges Albuquerque – UFNT/UNIFESPA, Raimundo Nonato de Pádua Câncio – UFNT e Eliane Pereira Machado Soares – UNIFESSPA

RESUMO: Esta proposta traz reflexões sobre Educação Escolar Indígena bilíngue e intercultural, na inter-relação com uma área mais ampla, que é a Análise de Políticas Linguísticas. Deseja-se chamar atenção, de modo mais específico, para as políticas de vitalização das línguas, culturas e identidades dos povos indígenas, questões inter-relacionadas, diante dos deslocamentos produzidos por línguas e culturas politicamente dominantes, dando destaque, sobretudo, ao que se tem produzido na Educação Escolar Indígena bilíngue e intercultural no estado do Tocantins e no país. Para tanto, dialogamos com estudiosos que nos ajudam a pensar tais questões e têm muito a contribuir com esse debate (Rodrigues, Seki, Braggio, Maher, Almeida, Albuquerque dentre outros). A ideia é possibilitar não somente um espaço de comunicação, mas também um espaço reflexão que nos ajude repensar as necessidades educativas, linguísticas e sociais dos povos indígenas, em pleno diálogo com os conhecimentos ancestrais, que contribuam para a preservação da memória cultural, das línguas e afirmação das identidades étnicas, imprescindíveis à existência física e espiritual desses povos. Trata-se, pois, de uma temática urgente diante dos enfrentamentos e resistências direcionados tanto à escola quanto às populações indígenas em nosso país. Nesse contexto, há urgência de discussões voltadas para a organização de currículos das escolas indígenas e de formação de seus professores, de modo que possam usufruir de seus direitos e deveres como cidadão, assegurados pela Constituição Brasileira e demais marcos regulatórios. PLAVRAS-CHAVE: Políticas linguísticas; Educação Escolar Indígena; Interculturalidade; Saberes Ancestrais.

SIMPÓSIO 13 – APRENDENDO NA REDE: DIGITALIDADES NA AMAZÔNIA

COORDENADORES: Queila Barbosa Lopes – UFAC e Rodrigo Nascimento de Queiroz – UNIR

RESUMO: Uma educação linguística atravessada pelo uso das tecnologias digitais tem sido uma realidade por vezes almejada pela sociedade para a maioria das escolas em todas as regiões do nosso país. Embora haja um descompasso entre o uso das tecnologias digitais em nosso cotidiano e nos espaços formais de aprendizagem (RIBEIRO, 2016), essas tecnologias têm, de diversos modos, sido utilizadas por professores e aprendizes, especialmente os que vivenciam experiências no ensino e aprendizagem de línguas para tornar a educação linguística uma oportunidade também de desenvolvimento de multiletramentos aliados com as competências crítico-reflexivas requeridas para vislumbrar uma transformação na sociedade contemporânea. Nosso simpósio objetiva mobilizar pesquisas cujas temáticas envolvam ensino e aprendizagem mediadas por tecnologias digitais nos espaços formais de ensino, aprendizagem e avaliação inseridas nos cenários da educação linguística da região Amazônica e seus entornos. Assim, esperamos pesquisas que se inscrevam no campo dos letramentos digitais e/ou críticos, multiletramentos, aprendizagem ubíqua, inteligência artificial, telecolaboração e cibercultura, discutindo questões como: i) a relação entre as tecnologias digitais e a formação de professores e/ou investiguem o desenvolvimento das capacidades de linguagem – produção e compreensão oral e escrita – mediadas por essas tecnologias; ii) o uso de gêneros digitais nos processos formativos; iii) projetos telecolaborativos e intercâmbio virtual; iv) produção de recursos didáticos interativos para ensino e aprendizagem de línguas e v) gamificação.

SIMPÓSIO 14 – LITERATURAS NEGRAS E/OU AFRODESCENTE, AFRICANAS E OS LETRAMENTOS RACIAIS: DIÁLOGOS POSSÍVEIS, RELAÇÕES NECESSÁRIAS

COORDENADORES: Edna Sousa Cruz – UEMASUL, Naiana Galvão – UFNT e Raffaella Fernandez – UEMASUL

RESUMO: O presente simpósio temático se configura espaço de socialização, reflexão e discussão de estudos concluídos ou em estágio avançado de construção sobre a literatura afrodescendente, ensino de literatura e o letramento racial ou afrocentrado, articulando possíveis diálogos com outros campos artísticos, tais como as artes visuais, artes cênicas e música. Neste sentido, o simpósio interessa-se em investigações sobre escritores negros, escritoras negras e afrodescendentes no contexto latino-americano e africanos cuja escritura tecida sob o olhar caracterizado pela negritude possibilite a discussão sobre as tensões raciais, as questões sociais, as relações de classe, as relações de gêneros, as lutas por direitos, ancestralidade, diáspora e identidade. Serão bem-vindas as pesquisas que abordem obras literárias africanas, afro-brasileiras e/ou afrodescendentes em seus entrelaçamentos com letramentos de matriz africana, que ao problematizarem o racismo e a discriminação, revelem as barreiras para o protagonismo e a representação do povo negro dentro e fora do Brasil.

SIMPÓSIO 15 – FORMAÇÃO DE PROFESSORES, LINGUAGEM, IDENTIDADE E ENSINO DE LÍNGUAS

COORDENADORES: Daniella Corcioli Azevedo Rocha – UFT e Alessandra Cristina Rigonato – UFNT

RESUMO: Este simpósio tem por objetivo abrigar pesquisas, concluídas ou em desenvolvimento, que elejam como tema principal a formação docente, as relações entre linguagem e formação de professores de línguas, ensino e aprendizagem de línguas e também estudos com foco em questões identitárias, envolvendo questões étnico-raciais ou não. É de interesse também a discussão das práticas docentes e discentes em contexto pandêmico, incluindo as questões metodológicas, políticas e inclusivas relacionadas ao papel docente e discente. Em torno dessas temáticas, portanto, são pertinentes discussões sobre: formação inicial e em serviço, identidade docente, o papel da linguagem na formação de professores; o trabalho e a prática docente; aprendizagem e processos e reflexões docentes e discentes; profissionalização docente e prática discente na pandemia; o planejamento e a avaliação do fazer docente em situações de ensino presencial e não presencial; o lugar e o papel das tecnologias na formação e na prática docente; políticas brasileiras de formação docente; raça e racismo, identidade, exclusão, dentre outros. O simpósio também acolhe investigações sobre a prática docente em contextos escolares brasileiros com recentes fluxos migratórios, principalmente da migração haitiana e venezuelana no Brasil atualmente. Reflexões sobre como os currículos interculturais da BNCC se relacionam com esse cotidiano escolar de migração.

SIMPÓSIO 16 – CÂNONE(S) LITERÁRIO(S) DA AMAZÔNIA: HISTÓRIA, CIRCULAÇÃO E RECEPÇÃO

COORDENADORES: Roberto Mibielli – UFRR e Yurgel Pantoja Caldas – UNIFAP

RESUMO: As historiografias sobre o espaço amazônico são fartas em referências que inventam, se contradizem, consolidam e atualizam imagens e representações baseadas, grosso modo, num acervo discursivo que se ancora numa percepção idílica e aterrorizante de um espaço geográfico, aliada à redução de suas populações sintetizadas pelas figuras do indígena, do ribeirinho e do quilombola. Tais estratégias discursivas buscavam, dentre outros intentos, alcançar um grau de controle sobre os elementos espaciais e humanos, que estivessem alinhados às políticas vigentes no contexto colonial de exploração dos recursos naturais e humanos em função de um ordenamento de base capitalista que, por sua vez, deveria explorar a terra por meio do trabalho – condição que geraria lucros inimagináveis para os donos do capital (elites locais e grupos internacionais) às custas de condições precárias para diversos grupos de trabalhadores na Amazônia. O discurso literário – através de suas diversas temporalidades e condições históricas de produção, circulação e recepção de seu acervo textual – por vezes se alinhou às formas colonialistas de apreensão do mundo, mas também produziu obras que procuraram elaborar uma crítica à razão colonial e predatória das diversas experiências atestadas. Assim, o objetivo de nosso Simpósio Temático é contribuir para o debate acerca de processos de (des)canonização da literatura produzida em e sobre o espaço que atualmente denominamos como "Amazônia", considerando suas complexidades e as possibilidades de abordagem sobre o objeto literário e crítico. Com tal perspectiva, serão acolhidas propostas de resumos que coloquem em questão a lógica da formação do cânone literário e a consequente construção de uma tradição discursiva na Amazônia a partir de (re)leituras de obras e autores/as que ofereçam instrumental para a ampliação do debate sobre o tema do referido simpósio.

SIMPÓSIO 17 – DESAFIOS NO ENSINO DE LITERATURA: DO ALUNO AO LEITOR

COORDENADORES: Elizabete Barros de Sousa Lima – UFNT e Márcio Araújo de Melo – UFNT

RESUMO: Campo necessário para o aprendizado, as relações entre ensino e literatura são fundamentais para a formação social do homem. O estudo da literatura passou a ser visto como método didático-pedagógico, pois relembrou-se sua origem na antiga Grécia e na Roma, quando era declamada e seus conteúdos levavam à reflexão do público. Por sua vez, reconhecendo a leitura como ato preliminar ao aprendizado, é válido relembrar que ainda existem muitos desafios em torno de como transmitir esse conhecimento ao estudante, especialmente pelas mudanças temporais, como, na contemporaneidade, o fácil acesso às mídias. Pensadores como Paulo Freire, Mariza Lajolo, Regina Zilberman, William Roberto Cereja, Letícia Malard dedicaram estudos a refletir sobre a prática do professor perante o texto, e como a metodologia empregada alcança o aluno. Portanto, a escola, sob a figura do professor, é a principal agente que trabalha com o desafio de transmitir a leitura ao aluno. Reconhecendo os desafios em torno da questão, este Simpósio espera contribuições que possam levar a didáticas que reflitam acerca da interação do professor com o aluno e sua posição frente ao texto literário; textos críticos que discorram sobre processos de aprendizagem; reflexões sobre práticas pedagógicas que contribuem para a temática levantada; posicionamento do professor frente às práticas de sala de aula; formas sincrônicas e diacrônicas do ensino de literatura; sistema educacional e ensino de literatura; ensino de literatura na pós-colonialidade; ensino de literatura em tempos de redes sociais.

SIMPÓSIO 18 – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: LINGUÍSTICA APLICADA, EDUCAÇÃO E DESCRIÇÃO LINGUÍSTICA

COORDENADORES: Bruno Gonçalves Carneiro – UFT e Felipe de Almeida Coura – UFT

RESUMO: Os surdos brasileiros vivenciam conquistas importantes na legislação que caminham rumo à legitimação da diferença surda e, consequentemente, da língua brasileira de sinais enquanto uma das línguas do país, que passa a circular de maneira cada vez mais robusta em espaços dos mais diversos e a permear produtos e serviços que envolvem o comportamento humano. Dentre os ganhos, mencionamos a inserção da Educação Bilíngue de Surdos em libras como primeira língua e em português como segunda língua enquanto modalidade de ensino na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nesse sentido, há uma demanda urgente para a implementação de um planejamento linguístico que envolve uma educação em libras enquanto língua de instrução, o ensino de libras como primeira língua, o ensino de português como segunda língua e, sobretudo, a consolidação de diretrizes educacionais alicerçada em epistemologias surdas. Este Simpósio Temático tem como objetivo divulgar e socializar as pesquisas relacionadas à educação de surdos e à linguística da libras que estão sendo realizadas na Região Norte do país. Os trabalhos a serem submetidos devem contemplar uma das seguintes áreas: estudos descritivos da língua brasileira de sinais, bem como de línguas de sinais minoritárias em diferentes níveis de análise linguística; ensino de línguas para surdos; políticas linguísticas e educação bilíngue; ensino de libras como segunda língua; estudos linguístico-antropológicos envolvendo os surdos; e tradução e interpretação envolvendo línguas de sinais.

SIMPÓSIO 19 – OS INDÍGENAS NA UNIVERSIDADE: CULTURA E LÍNGUA

COORDENADORES: Neila Nunes de Souza – UFT e Mauricio Alves da Silva – UFT

RESUMO: O presente simpósio se propõe a discutir os indígenas inseridos na Universidade, cultura e línguas. A Universidade com o papel da inclusão está diante de muitos desafios e especialmente ao que tange aos ingressantes indígenas que pleiteiam fazer parte da Universidade. Os indígenas que se propõem a estudar e ingressar em um curso superior, enfrentam inúmeros desafios que vão desde a língua bem como a cultura. Receber os indígenas na universidade e considerar as barreiras enfrentadas não só pelas acadêmicas e acadêmicos, mas também dos/a docentes. Considerar as vivências, suas aspirações e desejos do que se observa na aldeia no movimento do que vivenciaram até então, com os ensinamentos de uma cultura oral e após o advento da escola. Nos perguntamos se a universidade está preparada para atender a essas demandas? O que a universidade representa para esses povos? Além disso, como a universidade se apresenta aos estudantes universitários que têm como preocupação a preservação de sua cultura. Para isso a proposição do que significa a universidade no contexto da cultura indígena?

SIMPÓSIO 20 – COMUNICAÇÕES LIVRES EM LINGUÍSTICA

COORDENADORES: Denise Silva Paes Landim – UFSJ e Ana Cláudia Turcato de Oliveira – UFT

RESUMO: O presente simpósio acolherá comunicações livres nas áreas de Linguística de autoria de alunos de graduação e pós-graduação de forma remota. Serão aceitas pesquisas concluídas ou em andamento de pesquisas de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, grupos e núcleos de pesquisas, pesquisas de pós-graduandos, bem como outras pesquisas desenvolvidas por alunos de graduação e pós-graduação. Este simpósio será realizado no Google Meet durante o evento.

SIMPÓSIO 21 – COMUNICAÇÕES LIVRES EM LITERATURA

COORDENADORES: José Rosa dos Santos – IFPA e Carlos Roberto Ludwig – UFT

RESUMO: O presente simpósio acolherá comunicações livres nas áreas de Literatura de autoria de alunos de graduação e pós-graduação de forma remota. Serão aceitas pesquisas concluídas ou em andamento de pesquisas de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, grupos e núcleos de pesquisas, pesquisas de pós-graduandos, bem como outras pesquisas desenvolvidas por alunos de graduação e pós-graduação. Este simpósio será realizado no Google Meet durante o evento.


© 2024 - 2025. «GRUPO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS DA REGIÃO NORTE». Todos os direitos reservados